Nos últimos anos, o mercado de locação passou por transformações relevantes, como a saída de grandes empresas do setor de garantias locatícias, entre elas, Kenlo e QuintoCred. Esse movimento acendeu um alerta importante para o setor imobiliário: quem deve ser o responsável final pela escolha do inquilino?
Mais do que nunca, o domínio sobre o perfil dos inquilinos deixou de ser uma formalidade para se tornar uma prática estratégica. A análise de crédito, neste contexto, ganha um papel central — mesmo quando há uma garantidora envolvida no contrato.
A importância da análise de crédito própria
Garantidoras são, sem dúvida, parceiras relevantes. Elas oferecem segurança financeira ao contrato, assumindo o risco em caso de inadimplência. Porém, essas empresas operam com base em critérios próprios de risco, dados estatísticos internos e estratégias comerciais específicas. Isso pode fazer com que um candidato seja aprovado com base em parâmetros que não necessariamente representam a melhor escolha para a imobiliária.
Já a imobiliária tem um olhar mais abrangente, pois conhece o imóvel, o locador e os contextos específicos de cada locação. Essa visão mais próxima da realidade permite avaliar aspectos que uma análise automatizada da garantidora dificilmente alcança.
O papel estratégico da imobiliária
Ao realizar sua própria análise de crédito, a imobiliária pode:
- Avaliar riscos com base na liquidez do imóvel e no nível de exposição aceitável para o proprietário.
- Priorizar inquilinos de menor risco, quando o imóvel é atrativo o suficiente para permitir escolhas mais criteriosas.
- Evitar aprovações baseadas apenas em dados genéricos, considerando aspectos como estabilidade financeira, histórico de relacionamento com o mercado e perfil de pagamento.
- Zelar pelo relacionamento entre locador e inquilino, com mais previsibilidade e menor chance de conflitos futuros.
Em outras palavras, a responsabilidade pela locação não termina na aprovação de uma garantia. Ela continua ao longo do contrato, impactando diretamente a reputação, a eficiência operacional e a rentabilidade da carteira da imobiliária.
A gestão de risco precisa ser compartilhada
A atuação conjunta entre imobiliária e garantidora é o cenário ideal. Mas isso não significa abrir mão do protagonismo na análise de crédito. Pelo contrário: ao realizar sua própria triagem, a imobiliária fortalece sua posição diante do locador, melhora sua taxa de inadimplência e promove uma gestão mais inteligente da carteira de contratos.
Conclusão
Mesmo com uma garantidora envolvida, a análise de crédito realizada pela imobiliária é uma etapa essencial para garantir segurança, estabilidade e confiança no processo de locação. É essa postura ativa e estratégica que diferencia uma gestão operacional de uma gestão de excelência.